Procuramos no lugar certo?
20 de Setembro de 2022

As mães de muito, muito tempo atrás – expressão usada por James Kimmel – não têm data de início. Elas são algo tão antigo e ancestral quanto o próprio tempo, e tão poderoso quanto a força da vida. São o espírito da Mãe Antiga. São a Presença da fecundidade, da abundância, da criação. O papel principal da mãe na vida de qualquer pessoa era um preceito conhecido por todos, honrado e venerado, era o cerne da vida.
Até que, pouco a pouco, esse elo começou a ser quebrado através de pequenas atitudes que foram se alastrando e sendo tomadas como corretas e normais, e que nos distanciaram do núcleo materno. Assim vivemos por um enorme período de tempo, até que as mulheres foram se dando conta de que havia algo errado; um vazio e uma insatisfação imensa começaram a tomar seus corações. Só que disso surgiu uma nova questão: será que fomos procurar o que nos faltava no lugar certo?
Procuramos nos cargos de trabalho, na beleza inventada da eterna jovialidade e dos corpos perfeitos, na política, na liberdade sexual, na mente que pensa incessantemente, nos desejos consumistas inventados especialmente para as mulheres, e em tantos outros lugares; porém, não procuramos pelo elo perdido no sagrado da maternidade.
Se não podemos mudar como nossas próprias mães foram, podemos nos mudar como mães. Não é sobre tapar o vazio interno com a presença de filhos, é sobre se conhecer, pois teu filho é teu espelho. É sobre perceber que a vida, pra ser feliz, pode ser bem mais simples do que imaginamos.
Pode ser como as mães de muito, muito tempo atrás faziam: elas eram felizes simplesmente cumprindo seu mais importante papel: sendo mães.
De uma mãe aprendiz.