Minha mãe
23 de Outubro de 2022

Quem foi aquela que o peito me deu
e nos seus braços, em paz, me acolheu
e docemente beijou o rosto meu?
Minha mãe.
E, quando enferma, eu me punha a chorar,
quem é que sempre velava a me olhar
com o pavor de que eu não fosse sarar?
Minha mãe.
Quem as bonecas de gala vestiu,
em brincadeiras comigo se uniu
e o que eu lhe tinha a dizer sempre ouviu?
Minha mãe.
E, nos meus tombos, quem é que corria
e com histórias a dor distraía
ou me beijava o lugar que doía?
Minha mãe.
Na minha vida, algum dia, eu te digo,
eu poderia ser rude contigo
quando tu foste tão boa comigo,
minha mãe?
Ann Taylor (1782-1866)
Tradução: Ilka Brunhilde Laurito
Livro: Mães e Filhos (Melhoramentos)