Sem aviso

Às vezes me pergunto: por que ninguém avisa sobre como é se tornar mãe? Por que não nos contaram das dores profundas e escondidas da maternidade? Cadê as placas, os sinais, os alertas vermelhos? Uma grávida? Alguém conta pra ela, por favor!

Só que não dá. Não é assim que funciona. É como tentar explicar química avançada pra uma criança da pré-escola. Não faz sentido, pois não há referência. Mesmo se a mulher já teve oportunidade de cuidar de outros bebês antes de ser mãe, quando é a sua vez e esse bebê depende totalmente dela, tudo muda.

Talvez nossas mães ou avós tenham tentado nos avisar, de uma forma mais vivencial do que teórica, ainda muito sutil aos olhos de quem não passou pelo portal. Nos avisaram nos sacrifícios invisíveis do dia a dia, no olhar cansado e coração forte, na compra do caderno no lugar do sapato novo pra ela.

O que é isso que vira do avesso, rasga o peito, dói na alma, abala as estruturas, e a cada novo santo dia é a mesma coisa que te faz levantar da cama, que te dá força pra viver e motivo pra sorrir?

A maternidade.

De uma mãe aprendiz.