Tempo de qualidade

A questão do tempo está sempre presente no mundo de hoje. Nunca há o suficiente, e então as pessoas estocam seu tempo e o dão aos outros de má vontade. Mães e pais raramente têm tempo o suficiente pra fazerem todas as coisas que precisam ou querem fazer, incluindo estar com seus filhos.

Nós inventamos o “tempo de qualidade” com os filhos com a desculpa de que um tempo bem aproveitado com eles é melhor do que estar sempre lá para eles; isso nos faz sentir melhor em relação à nossa indisponibilidade.

Nós também, como pessoas, acreditamos firmemente em certo e errado. Não vemos o cuidado infantil como um processo de interação onde filhos e pais aprendem uns com os outros e uns sobre os outros, mas sim como um sistema de regras e ações corretas. Os pais decidem, geralmente com o aconselhamento de um pediatra, com que frequência seus bebês devem ser alimentados, quando devem dormir e por quanto tempo, quando devem largar a mamadeira, quando devem ser desfraldados, quando devem se alimentar e se vestir, e em qual idade os pais devem começar a dar palmadas e castigos. Vivemos num mundo do “tempo nenhum” e do “ter que”, e essas compulsões regulam o relacionamento da mãe e do bebê.

Trecho do capítulo 4 do livro O que aconteceu com as mães, de James Kimmel.